O Brave, navegador baseado no projeto Chromium que fez fama com sua proposta de proteger a privacidade do internauta, passou vergonha nos últimos dias depois que alguns de seus usuários perceberam que o software estava “forçando-os” a acessar um link afiliado para a exchange de criptomoedas Binance. Ao digitar “binance.us” na barra de endereço do browser, seu recurso de autocompletar automaticamente preenchia o resto da URL com o código comissionado “/en?ref=35089877”.
Isso significa que muitos clientes, sem perceber, realizaram serviços diversos na casa de câmbio digital e acabaram dando dinheiro em forma de comissão à equipe do Brave. As primeiras reclamações surgiram no Twitter, com destaque para os tweets inflamados do usuário Cryptonator1337, especialista em criptomoedas. Um dia após as queixas iniciais, o navegador emitiu uma atualização que possibilita desabilitar as “sugestões” de autocompletar e prometeu desligar tal recurso de forma nativa na próxima build.
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“O padrão do autocompletar foi inspirado pela atribuição da query de busca clientid que todos os navegadores usam, mas diferente de queries de palavras-chaves, uma URL digitada deve ir ao domínio nomeado, sem quaisquer adições”, afirmou Brendan Eich, CEO da Brave e cofundador da Mozilla.
Vale lembrar que essa não é a primeira vez que o Brave cria polêmicas com suas maneiras um tanto “criativas” de ganhar dinheiro. Em abril do ano passado, noticiamos que o navegador havia inaugurado um programa no qual o próprio usuário pode aceitar ver anúncios “seguros” ganhar uma comissão sobre os lucros da campanha. Embora a ideia seja interessante, na época, muitos criticaram o software por lançar tal programa após construir uma sólida base de usuários se autopromovendo por bloquear anúncios, rastreadores e scripts maliciosos de fábrica.
O executivo reforça que, de fato, o Brave está “tentando construir um negócio viável” e procurando outras formas de monetização. “Isso inclui trazer novos usuários para a Binance e outras exchanges com opt-in de widgets de câmbio/outras experiências de usuários que preservam a privacidade acima do opt-in”, explica. Ao ver que a explicação não convenceu os internautas furiosos, Brendan reforça: “Desculpe pelo erro — nós claramente não somos perfeitos, mas corrigimos as coisas rapidamente. Nós nunca mais vamos revisar domínios digitados novamente, eu prometo”.
Fonte: Engadget