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RSAC21 | Como placas 'fantasmas' podem interferir em sensores automobilísticos

Guilherme Petry

Pesquisadores estão investigando como placas "fantasmas" podem interferir na visão computacional e na percepção virtual de sensores automotivos, utilizados em soluções comerciais como o Mobileye 630 e o modo de piloto automático do Tesla Model X.

O Mobileye 630 é um conjunto de sensores que podem ser equipados em diversos tipos de veículos automotivos. Os sensores indicam para o motorista quando há outros veículos próximos, qual é a distância desses outros carros, quando há troca de pista, além de indicar placas, pedestres e obstáculos que aparecem no caminho.

Embora o Mobileye 630 não seja capaz de conduzir um veículo de forma autônoma. O modo de piloto automático de um Tesla Model X utiliza sensores parecidos para guiar o carro de forma autônoma.

Modelo 3D da percepção virtual criada a partir dos sensores do piloto automático de um Tesla. Foto: Ben Nassi.
Modelo 3D da percepção virtual criada a partir dos sensores do piloto automático de um Tesla. Foto: Ben Nassi.

Nesta segunda-feira (17), os pesquisadores, Ben Nassi, estudante de doutorado na Universidade Ben-Gurion do Neguev e Yisroel Mirsky, pós doutor pelo Instituto de Tecnologia da Geórgia, demonstraram durante o RSA Conference 2021, como invasores podem atrapalhar esses sensores com o uso de projeções, chamadas por eles de placas fantasmas.

Como explica Nassi, placas fantasmas são projeções de luz, que mesmo quando aplicadas em uma fração de segundo, podem enganar os sensores de assistência ao motorista e o modo de piloto automático dos Teslas, fazendo com que eles parem o veículo, caso seja projetado uma placa Pare fantasma.

Essas placas fantasmas podem ser projetadas na calçada e na rua, através de projetores padrão, ou com drones equipados com projetores, além de que cibercriminosos também podem invadir e alterar anúncios publicitários em vídeo nas estradas, exibindo flashs de placas de trânsito e com isso, controlando o comportamento de Teslas que estão circulando com piloto automático.

Um drone pode ser usado para projetar a imagem de um pedestre, fazendo com que o Tesla reduza de velocidade. Já um outdoor digital, conectado à internet, pode ser invadido por cibercriminosos e com isso, interferir no funcionamento de Teslas rodado com piloto automático. Foto: Ben Nassi.
Um drone pode ser usado para projetar a imagem de um pedestre, fazendo com que o Tesla reduza de velocidade. Já um outdoor digital, conectado à internet, pode ser invadido por cibercriminosos e com isso, interferir no funcionamento de Teslas rodado com piloto automático. Foto: Ben Nassi.

Durante a palestra "Securing Tesla and Mobileye from Split-Second Phantom Attacks" apresentada durante o RSA Conference 2021, os pesquisadores demonstraram como um flash, de milésimos de segundo, inserido dentro de um anúncio publicitário em vídeo, foi capaz de parar um Tesla. Veja vídeo:

Os pesquisadores também alertaram para os perigos dessas placas fantasmas, principalmente os outdoors digitais conectados à internet, que podem ser invadidos e modificados causando acidentes de trânsito.


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