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Espanha prende 16 suspeitos de utilizarem trojans bancários brasileiros para furtar mais de R$ 1,6 milhão

Guilherme Petry

Uma operação delicada da Polícia Civil da Espanha (Guardia Civil) prendeu 16 suspeitos membros de um grupo cibercriminoso que utiliza trojans bancários, supostamente desenvolvidos por cibercriminosos brasileiros (Mekotio e Grandoreiro) para furtar fundos de vítimas na Espanha.

Em um comunicado à imprensa, a polícia informa que chegou aos cibercriminosos após analisar mais de 1800 emails e foi capaz de bloquear tentativas de transferências, que somadas chagam a € 3,5 milhões (R$ 20 milhões). Os suspeitos foram presos no final da semana passada, após diversos mandados de busca e apreensão na província de A Coruña e nas cidades de Toledo, Badajoz, Burgos e Madrid.

A Operação Águas Vivas (Aguasvivas), como foi chamada pela polícia espanhola, contabilizou cerca de 20 crimes de fraude, que resultaram no furto de € 276 mil (R$ 1,6 milhão), dos quais € 87 mil (R$ 522 mil) foram recuperados. Os criminosos conseguiram infectar as vítimas através de  campanhas de phishing e email spoofing, que é basicamente uma campanha de email phishing, mas o com o endereço original adulterado.

Mandados de busca e apreensão foram realizados em diversas cidades espanholas. Foto: Guardia Civil.
Mandados de busca e apreensão foram realizados em diversas cidades espanholas. Foto: Guardia Civil.

Software, ou melhor, malware brasileiro

De acordo com o The Record, os trojans Mekotio e Grandoreiro foram supostamente desenvolvidos por cibercriminosos brasileiros, que operam um modelo de negócio que oferece serviços, nesse caso um Trojan as a Service (TaaS). Ou seja, os desenvolvedores alugam suas ferramentas para que outros cibercriminosos infectem vítimas e o lucro das operações é dividido entre as partes.

Os malwares foram desenvolvidos para furtar apenas credenciais e dados de aplicativos bancários, o que os faz bastante sorrateiros e difíceis de serem identificados por soluções de antivírus.

No começo deste ano, a ESET, desenvolvedora de segurança da informação com sede na Eslováquia, alertou que o trojan bancário, Vadokrist, que vem assolando à população e aos bancos brasileiros desde 2018, estava sendo atualizado.

O Vadokrist compartilha características muito semelhantes ao Mekotio e ao Grandoreiro, como a função de só coletar os dados necessários, além da sua capacidade de se esconder dos softwares de antivírus, por conter uma grande quantidade de código, que atrapalha a análise dos antivírus.


Fontes: Guardia Civil; The Record.

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