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Fim dos ransomwares? Projeto “solidário” oferece chaves de descriptografia para mais de 150 variantes

Ramon de Souza

Talvez você nem saiba, mas, em 2016, antes mesmo do WannaCry colocar os ransomwares sob os holofotes, uma coalizão de órgãos públicos e empresas privadas resultou na iniciativa No More Ransom. Cinco anos depois, o programa acaba de divulgar estatísticas animadoras: eles já contam com ferramentas de descriptografia capazes de eliminar 151 famílias de ransomwares. Essas chaves já foram baixadas por mais de 6 milhões de vítimas e impediram o pagamento de US$ 900 milhões em resgate.

Atualmente o projeto é mantido pelo Serviço Europeu de Polícia (Europol) e pela Polícia Nacional Neerlandesa (Politie), com apoio das fornecedoras de soluções de segurança cibernética McAfee, Kaspersky e Barracuda, além de infraestrutura cedida gratuitamente pela Amazon Web Services (AWS). Além de conselhos de prevenção, um formulário para reportar atividades criminosas e a biblioteca de ferramentas de decifragem, o No More Ransom conta com um recurso bem legal: o Crypto Sheriff.

Funciona assim: caso você não saiba exatamente qual cepa de ransomware lhe infectou, é possível enviar uma amostra de arquivo cifrado e submeter o texto de resgate para que o sistema realize a análise. Com base no documento e nas características da nota (incluindo a carteira de criptomoedas para a qual os criminosos solicitam a transferência, o sistema lhe retorna com o nome exato do malware em questão e já lhe transfere para a biblioteca contendo a chave de decifragem correta.

(Divulgação/Europol)

O No More Ransom está disponível em 37 idiomas distintos — incluindo português do Brasil. A ideia é alimentar o arquivo com um número cada vez maior de chaves, inibindo o pagamento de resgates — que, infelizmente, ainda é a atitude tomada pela maioria das empresas e usuários finais. “O conselho geral é não pagar o resgate. Ao enviar seu dinheiro para os cibercriminosos você só estará confirmando que ransomwares funcionam, mas não há nenhuma garantia de que você conseguirá a chave de decifragem em troca”, explicam os responsáveis pelo projeto.


Fonte: No More Ransom, Threatpost

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