Read, hack, repeat

Golpistas enganam Amazon e roubam US$ 1,5 milhão em livros raros

Ramon de Souza

De acordo com informações reveladas pelo defensor público Andrew Birge, representante do Departamento de Justiça dos EUA do oeste do estado de Michigan, um golpista está sendo acusado de fraudar a Amazon e lucrar mais de US$ 1,5 milhão através de um sofisticado esquema de revenda de livros. O acusado, Geoffrey Mark Hays Talsma, possui 36 anos de idade e teria se aproveitado do serviço Textbook Rentals, que está disponível apenas nos EUA e permite ao usuário alugar obras durante um tempo pré-determinado.

Entre janeiro de 2016 e março deste ano, Geoffrey — junto com outros três golpistas que foram posteriormente “recrutados” para participar da fraude — teria usado uma série de contas falsas, com diferentes emails e números de telefone, para transpor o limite de locação de 15 livros simultâneos estabelecido pela Amazon. A partir daí, a gangue se apossou de títulos acadêmicos com alto valor de mercado, como “Compensation” de Jerry Newman, Barry Gerhart e George Milkovich, cujo preço gira em torno de US$ 172 (R$ 972).

Para realizar a locação, os criminosos teriam empregado cartões de crédito pré-pagos e cartões de presente da Amazon, de forma que, quando a plataforma tentava cobrar automaticamente pelas obras não-devolvidas, o meio de pagamento fosse negado por falta de saldo suficiente. Enquanto isso, Geoffrey e sua trupe revendiam os livros adquiridos no boca-a-boca ou em sebos regionais. Estima-se que o quarteto tenha furtado 14 mil títulos que, juntos, valem nada menos do que US$ 1,5 milhão (R$ 8,4 milhões).

“Em muitas ocasiões, de acordo com as acusações, Talsma fraudou ainda mais a Amazon ao buscar e obter um crédito em sua conta, alegando que não recebeu os livros didáticos ou que recebeu outros itens que não poderia devolver”, explica Andrew. “Se condenado, Talsma enfrenta uma pena máxima de prisão de 20 anos para cada um dos crimes de fraude de correio e transferência eletrônica; 10 anos para transporte interestadual de bens furtados e 5 anos por fazer declarações falsas ao FBI”, complementa o defensor.

Além do escritório do FBI da cidade de Kalamazoo, o Serviço de Inspeção Postal dos Estados Unidos (USPIS) da cidade de Grand Rapids — ambas de Michigan — está participando da investigação. O caso será julgado pelo juiz local Ronald M. Stella.


Fonte: U.S. Attorney’s Office Western District of Michigan

Compartilhar twitter/ facebook/ Copiar link
Your link has expired
Success! Check your email for magic link to sign-in.