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Mais de U$ 5 bilhões em Bitcoins pagos em resgate de dados em apenas seis meses

Guilherme Petry

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos (US Treasury) identificou que o equivalente a U$ 5,2 bilhões (R$ 28 bilhões) em Bitcoin foram utilizados como pagamentos de resgates de dados criptografados após infecção por ransomware.

Segundo o relatório, Financial Trend Analysis, publicado pelo Financial Crimes Enforcement Network (FinCEN), esse montante foi exigido apenas pelos 10 mais relevantes operadores de ransomwares do momento, que juntos operam um total de 177 carteiras de Bitcoin. No entanto, o relatório identificou um total de 68 grupos de ransomware, indicando que esse número pode ainda maior.

Capa do relatório, publicado pelo Financial Crimes Enforcement Network (FinCEN). Captura de tela: The Hack.
Capa do relatório, publicado pelo Financial Crimes Enforcement Network (FinCEN). Captura de tela: The Hack.

"O FinCEN identificou e analisou 177 carteiras de criptomoedas utilizadas para pagamentos relacionados a ransomwares associados às 10 variantes de ransomware mais comumente relatadas em SARs durante o período de revisão [...] O FinCEN identificou aproximadamente U$ 5,2 bilhões em transações de Bitcoin de saídas potencialmente vinculadas a pagamentos de ransomware", escreve o relatório.

É importante lembrar que esses números são referentes apenas aos pagamentos realizados em Bitcoin (ignorando as outras criptomoedas), durante os seis primeiros meses de 2021, apenas para os 10 maiores grupos de ransomware.

Embora o Bitcoin ainda seja o meio de pagamento mais utilizado pelos cibercriminosos, um dos daods do relatório indica um aumento da criptomoeda Monero nos pedidos de resgate. Monero é uma criptomoeda que promete ser menos rastreável. Diferente do Bitcoin, que é anônimo, mas totalmente rastreável.

"O FinCEN identificou o Bitcoin como o método de pagamento mais comum relacionado ao ransomware. Também observou que os resgates pedindo Monero aumentaram ligeiramente com relação ao ano passado", diz o relatório.

Esse relatório é importante para o momento atual da cibersegurança do Governo dos EUA, que está, desde o começo deste ano, motivado em reduzir a ameaça crescente do ransomware.

Na semana passada, os EUA se reuniu com representantes de cerca de 30 países para pedir apoio internacional no combate ao ransomware. No entanto, a Rússia e a China, países que historicamente protegem seus cibercriminosos, não foram convidados.


Fonte: Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.

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