O governo do Reino Unido proibiu, em um comunicado oficial emitido nesta terça-feira (14), o uso de equipamentos fabricados pela Huawei para compor a rede 5G no país. Às operadoras, foi orientado a retirada de quaisquer aparelhos da gigante chinesa em suas infraestruturas até o ano de 2027; marcas famosas como BT e Vodafone devem ser as principais afetadas, visto que as próprias já adotavam antenas e gadgets da fabricante asiática para compor suas redes de telefonia e dados móveis.
Vale lembrar que o Reino Unido havia concedido uma “participação limitada” da Huawei na construção de sua infraestrutura 5G em janeiro deste ano; porém, após as recentes sanções impostas pelos EUA à companhia chinesa fizeram com que as autoridades britânicas mudassem de ideia, revelou Oliver Dowden, secretário de estado para Digital, Cultura, Mídia e Esporte.
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“Visto a incerteza que isto [as sanções] cria ao redor da rede de suprimentos da Huawei, o Reino Unido não pode mais confiar que ela será capaz de garantir a segurança do futuro dos equipamentos 5G da marca”, explicou Oliver. Ademais, a proibição também está enviesada nas velhas preocupações a respeito da privacidade dos usuários e de supostas ligações da fabricante com programas de espionagem industrial do governo chinês.
Para a Huawei, o anúncio britânico é “desapontador”. Garantindo que as sanções estadunidenses não afetaram seu desempenho enquanto fornecedora, a marca afirmou, através de seu porta-voz Ed Brewster, que a decisão “pode colocar o Reino Unido na rota digital mais lenta, aumentar custos e agravar as divisões digitais”. Concorrentes da asiática, como a finlandesa Nokia e a sueca Ericsson, devem ser beneficiadas com a decisão.
Restrições e mais restrições
Em maio deste ano, os EUA — maior opositor da Huawei — agravou as sanções econômicas impostas à fabricante, impedindo que a gigante chinesa utilize fornecedores de chips e componentes essenciais para a fabricação de seus kits de rede móvel. A marca asiática, porém, garante que tais sanções não afetam sua cadeia produtiva, que continua sendo perfeitamente capaz de operar na velocidade necessária para atender as necessidades de seus clientes governamentais.