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Site “rastreia” empresas que estão demitindo por conta da COVID-19

Ramon de Souza

Não é novidade alguma que a crise causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV2), causador da doença COVID-19, está abalando a economia global. Ainda assim, muitos criticam o fato de que diversas startups e até mesmo gigantes do mundo da tecnologia passaram a realizar demissões em massa após o início da pandemia, alegando falta de estrutura para manter sua equipe trabalhando remotamente ou até mesmo ausência de caixa para manter a folha de pagamento em dia.

A situação é tão crítica que o empreendedor norte-americano Roger Lee decidiu criar o Layoffs.fyi, um site que rastreia e lista, em tempo real, quais empresas estão demitindo funcionários por conta do vírus. O site — que é mantido através de anúncios públicos e informações repassadas por whistleblowers — informa o nome da companhia, sua localização e até mesmo o número de colaboradores demitidos (com porcentagem). Às vezes, é possível conferir a fonte dos dados.

Em uma rápida pesquisa pelo banco de dados do Layoffs.fyi, encontramos uma série de marcas famosas dos setores de tecnologia e segurança. A plataforma Patreon, por exemplo, demitiu 30 pessoas (13% de seu quadro de funcionários); a brasileira QuintoAndar, 88 (8%); o projeto Tor se desfez de 13 colaboradores (37%); o banco Neon, 70 indivíduos (10%). A rede de coworking WeWork demitiu 150 pessoas, mas não é possível saber qual porcentagem tal número representa em seu quadro total.

Groupon bateu recorde ao demitir 2,8 mil funcionários (Reprodução: Layoffs.fyi)

Por curiosidade, de acordo com o site, a empresa que mais demitiu foi a plataforma de compras coletivas Groupon, que se desfez de nada menos de 2,8 mil pessoas, o que equivale a 44% de sua equipe. Com números igualmente assustadores, temos a Yelp com mil demissões (17%) e a Eventbrite com 500 (45%). Porém, nem todas as notícias são ruins: a Layoffs.fyi também mantém uma lista de corporações com vagas abertas, e, no momento da escrita desta reportagem, 380 empreendimentos estavam contratando.

Resista, empresário!

Já no Brasil, chama atenção a criação de um movimento chamado “Não demita!’. O nome já deixa óbvio — trata-se de um manifesto, já assinado por 3,3 mil empresas nacionais, que se comprometeram a não demitir funcionários durante a crise (ou pelo menos até a data estimada de 31 de maio)

Entre as participantes do movimento, podemos encontrar nomes como Accenture, Banco Inter, Microsoft, Salesforce, Stefanini, Vivo e diversas outras; a lista completa pode ser conferida no site oficial da iniciativa, que foi uma ideia do empreendedor Daniel Castanho.

(Reprodução: Não demita!)

Em entrevista à Jovem Pan, Castanho explicou que a ideia do projeto — que começou com “só” 40 assinaturas — é de justamente diminuir o impacto na economia nacional pós-COVID-19. “Assim como a gente tem que manter o isolamento para diminuir a curva, nesse momento, as empresas têm a responsabilidade de diminuir a curva de demissões para uma retomada mais rápida da economia”, explica.


Fontes: Layoffs.fyi, Não demita!, Jovem Pan

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