O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) assumiu que o ataque de DDoS que sofreu durante o primeiro turno das eleições municipais, no domingo (15) “pode ter ocasionado instabilidade no aplicativo e-Título e no sistema de processo judicial eletrônico (PJe)”.
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Em coletiva de imprensa realizada durante as eleições, o ministro Barroso havia dito que o ataque de DDoS não tinha relação nenhuma com a queda do app e-Título, com a queda do site do TSE, com o atraso na apuração dos votos, muito menos com o vazamento de dados de funcionários e servidores.
A justificativa de Barroso para a instabilidade do app foi de que o TSE havia desligado um servidor para garantir um backup em caso de ataque cibercriminoso bem sucedido e que o app caiu por conta da alta quantidade de usuários online. "Desligamos um servidor para garantir e deixamos um servidor, que está sim, por conta da demanda excessiva da última hora, apresenta instabilidade", disse.
No entanto, em um comunicado à imprensa publicado na quinta-feira (19), o TSE informa que embora ainda não tenha relação com o atraso na apuração, o ataque pode sim ter sido um dos responsáveis pela queda do app e-Título.
“As investidas cibernéticas contra o TSE registradas no domingo da eleição não têm relação com o atraso de duas horas e meia na divulgação dos resultados da votação, mas podem ter ocasionado instabilidades no aplicativo e-Título e no sistema de processo judicial eletrônico (PJe)”, diz o comunicado.
O site do TSE e o aplicativo e-Título apresentaram problemas técnicos desde antes da eleição. O site ficou offline na quinta (12) e na sexta (13) e o aplicativo caiu durante o domingo de eleição. A redação da The Hack entrou em contato com o TSE sobre a queda do sites nos dias 12 e 13.
"O site do TSE ficou instável porque estavam sendo feitas configurações para mudança de página do TSE para o ambiente seguro das eleições (como é feito em todas as eleições) e ampliação dos servidores que responderam por consultas ao site", respondeu o tribunal.
Nesta segunda-feira (23), o ministro Barroso determinou a criação de uma Comissão de Segurança Cibernética, para ajudar a Polícia Federal nas investigações do ataque de domingo (15). ”A comissão, que será presidida pelo ministro Alexandre de Moraes, também vai elaborar estudos sobre ações de prevenção e enfrentamento de ilícitos decorrentes da ação de hackers”, escreve o tribunal.
“A comissão leva em conta que, no dia do primeiro turno, ocorreram ‘incidentes em sistemas on-line do TSE potencialmente decorrentes de ataques cibernéticos praticados de modo criminoso e mediante ação coordenada de grupo com a finalidade de prejudicar o processo eleitoral’, diz a nota do TSE.
Fonte: TRE.