Se você tem mais de 30 anos, provavelmente ainda se lembra das edições mais remotas do sistema operacional Windows. O Windows 95, cujo codinome interno era “Chicago” e foi lançado em agosto de 1994, por exemplo, revolucionou a história da computação ao apresentar uma interface gráfica realmente amigável ao usuário — foi ele o responsável por estrear componentes que usamos até hoje como a barra de tarefas, a área de notificações e o icônico botão “Iniciar”. Tais inovações só seriam ofuscadas três anos depois, com o Windows 98 (Memphis): foi ele que integrou o SO à internet de uma maneira mais íntima.
- Código fonte da world wide web é leiloado por US$ 5,4 milhões, mas calma
- SFW: projeto “Classic Nudes” do PornHub cataloga obras de artes em museus
- Steam Deck é o console da Valve para você levar sua biblioteca Steam no “bolso”
O que muitos não sabem é que, entre os projetos Chicago e Memphis, a Microsoft planejou lançar outro sistema operacional, adiantando tais integrações com a world wide web, e que seria disponibilizado nas lojas em 1996. Conhecido internamente como Cleveland e Nashville, ele certamente seria vendido ao público como Windows 96, tendo uma identidade visual própria bastante marcante. O problema é que a companhia de Bill Gates resolveu transformá-lo em uma atualização para o Windows 95 (OSR2).
Como uma forma de testar suas próprias habilidades e demonstrar como a web evoluiu a ponto de permitir a execução de um sistema operacional relativamente “moderno” através do navegador, um grupo de artistas e programadores, adotando o nome conjunto de “Mikesoft”, resolveu usar uma das poucas compilações vazadas do Windows 96 (v4.10.999) para reconstruí-lo como um web app. O resultado, que pode ser apreciado em www.windows96.net, é simplesmente fabuloso e nos dá a oportunidade de brincar com uma máquina virtual funcional rodando o SO abandonado.
Com uma interface em tons de verde, o sistema é realmente “usável”: ele possui vários programas pré-instalados, incluindo um editor de textos e outro para códigos. É possível criar e editar arquivos, executar jogos (através dos diversos emuladores que o computador digital possui) e navegar na internet através de browser “Internet Exploder”. Há ainda diversas opções de configuração, incluindo a possibilidade de adicionar uma senha de “login” e alterar entre diversos temas para a interface gráfica.
É importante salientar que, embora o Windows 96 recriado por fãs seja um web app, nada do que faz no ambiente é enviado para a nuvem — tudo é executado de forma local no próprio cliente (client-side). Além disso, embora seja relativamente estável, não é prudente confiar no sistema para guardar arquivos importantes ou trabalhar de forma profissional.
Fonte: Windows 96