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WWDC 21 | Private Relay: Apple lança espécie de VPN para pagantes do iCloud

Guilherme Petry

A Apple está aprimorando o iCloud, seu serviço de e-mail, web e hospedagem de arquivos em nuvem com uma série de atualizações anunciadas na segunda-feira (07/06) durante o primeiro dia do Apple Worldwide Developers Conference 2021 (WWDC21).

Uma dessas atualizações do iCloud é o Private Relay, uma espécie de rede privada virtual (VPN), desenvolvida com objetivo de impedir que seus usuários sejam rastreados e monitorados por terceiros.

Como explica Tommy Pauly, engenheiro de software na Apple (mais de 10 anos de Apple), o Private Relay vai estar disponível no iOS 15, que já está disponível para desenvolvedores, mas que deve ser lançado oficialmente no mês que vem e no macOS Monterey (macOS 12), que deve ser lançado entre setembro e outubro deste ano.

Tommy Pauly, que entrou na Apple como estagiário, trabalha na empresa há mais de 10 anos. Agora, ocupa o cargo de engenheiro de software. Neste vídeo, explica como funciona o Private Relay. Foto: Captura de tela por The Hack.
Tommy Pauly, que entrou na Apple como estagiário, trabalha na empresa há mais de 10 anos. Agora, ocupa o cargo de engenheiro de software. Neste vídeo, explica como funciona o Private Relay. Foto: Captura de tela por The Hack.

O Private Relay precisa ser ativado pelo usuário para começar a funcionar, através dos controles de configurações e vai funcionar tanto no serviço de e-mail e hospedagem quanto na navegação pelo Safari.

O Private Relay do iCloud, junto com as outras atualizações (Hide My E-mail, Mail Privacy Protectioin, Digital Legacy e endereços de e-mail personalizados), fazem parte do que a empresa agora chama de iCloud+, que é o serviço pago do iCloud (os preços devem continuar os mesmos). Todos os usuários que pagam pelo iCloud terão acesso a essas ferramentas.

Como funciona

Segundo Pauly, o iCloud Private Relay vai funcionar como um roteador de tráfego, com duas retransmissões, para mascarar (e criptografar) quem é o usuário e também de onde estão vindo seus dados. O engenheiro garante que essa segunda retransmissão impede que alguém (até mesmo seu provedor de internet e a própria Apple) veja os dados de navegação de um usuário.

"O iCloud Private Relay adiciona vários proxies seguros para ajudar a rotear o tráfego do usuário e mantê-lo privado. Os proxies são executados por entidades separadas. Um é a Apple e o outro é um provedor de conteúdo. Agora, quando alguém acessa a internet, apenas o endereço IP do cliente fica visível para o provedor de rede e para o primeiro proxy. O segundo proxy vê apenas o nome que o usuário está solicitando e o usa para construir a conexão com o servidor. É fundamental observar que ninguém nesta cadeia - nem mesmo a Apple - pode ver o endereço IP do cliente e o que o usuário está acessando. As oportunidades de impressão digital foram removidas. Isso é privacidade por design", diz Pauly.

Este recurso parece bastante interessante, principalmente para usuários de países que estão lidando com governos autoritários, que controlam a internet.

No entanto, segundo a Reuters, o recurso do Private Relay não vai estar disponível na China por "questões regulatórias". Além da China, a Bielorrússia, Colômbia, Egito, Cazaquistão, Arábia Saudita, África do Sul, Uganda e as Filipinas também não terão acesso ao Private Relay, mesmo pagando pelo iCloud+.

Estes são países que, historicamente, enfrentam guerras, governos autoritários e espionagem por parte de outros países e soluções de privacidade acessíveis, como esta, poderiam ser bastante benéficas à população geral.


Fontes: Apple; Reuters.

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