Um novo aplicativo chinês está causando polêmica na web — trata-se do ZAO, uma ferramenta à la FaceApp capaz de colocar o rosto do usuário em vídeos de celebridades do cinema. Funciona mais ou menos assim: você faz o envio de diversas fotos suas (em diferentes poses e ângulos, para um resultado melhor) e o programa faz a mágica acontecer, aplicando a técnica dos deep fakes para te inserir no filme em questão.
Nem é preciso dizer que o ZAO se tornou viral — sem trocadilhos aqui — em pouquíssimo tempo, atingindo o topo de apps mais baixados da App Store em apenas três dias. Contudo, não demorou muito para quem algumas pessoas percebessem que havia algo errado. Em sua antiga (agora remodelada) política de privacidade, o software realiza algumas afirmações bem preocupantes a respeito da privacidade de seus clientes.
De acordo com o texto substituído, ao enviar suas selfies ao ZAO, os usuários concordam em dar ao aplicativo a propriedade total e uma licença “gratuita, irrevogável, permanente, transferível e re-licenciável” dessas imagens, permitindo que o desenvolvedor utilize-as para processamento e propósitos de marketing. Ou seja: o clássico problema de “suas fotos pertencem a nós, para sempre, e podemos fazer o que bem quisermos com elas”.
Após receber uma chuva de reclamações nas redes sociais, a MoMo, responsável pelo polêmico app, respondeu às críticas afirmando que não usará mais as fotos e vídeos capturados para quaisquer finalidades que não sejam a melhoria no algoritmo do ZAO — e apenas com o devido consentimento dos usuários. Qualquer conteúdo também poderá ser deletado caso o internet faça a requisição.
Contudo, o pedido de desculpas não foi o suficiente para fazer com que o app não fosse banido da loja do WeChat, que praticamente controla a internet chinesa. Usuários atuais ainda podem baixar o software; contudo, novos utilizadores não serão mais capazes de encontrá-lo.
Fonte: The Hacker News