Sabe aquele grupo do WhatsApp que é utilizado para compartilhar imagens “diferenciadas” e que você acabou entrando “sem querer”, mas nunca se deu ao trabalho de sair? Pois bem: saiba que qualquer pessoa pode encontrá-lo utilizando uma simples query no Google. Quem percebeu isso foi o jornalista Jordan Wildon, que publicou sua descoberta no Twitter e posteriormente virou fonte para uma série de veículos internacionais — incluindo a VICE Motherboard e o The Verge.
O que acontece é que a Gigante das Buscas estava indexando aqueles links que são gerados pelo mensageiro para permitir que você convide seus amigos para aquele bate-papo “curioso”. Sendo assim, bastava pesquisar “site:chat.whatsapp.com” junto com algum outro termo para que o motor de pesquisa retornasse uma série de grupos que deveriam ser sigilosos. Pior ainda: uma vez que você encontrasse tais links, bastava clicar nos próprios para adentrar na sala mesmo sem ser convidado.

Testando a descoberta de Jordan, os jornalistas da Motherboard foram capazes de adentrar em grupos realmente sensíveis — incluindo uma comunidade feita especialmente para trocar imagens pornográficas e outra dedicada às ONGs creditadas pela Organização das Nações Unidas.
A culpa é de quem?
Ao The Verge, um porta-voz do WhatsApp afirmou que “como todo conteúdo que é compartilhado em canais públicos procuráveis, links de convite que são postados publicamente na internet podem ser encontrados por outros usuários [do aplicativo]”. O executivo ressalta ainda que “links que usuários desejam compartilhar de forma privada com pessoas que eles conhecem e confiam não devem ser postados em um website acessível publicamente”.
Search engines like Google & others list pages from the open web. That’s what’s happening here. It’s no different than any case where a site allows URLs to be publicly listed. We do offer tools allowing sites to block content being listed in our results: https://t.co/D1YIt228E3
— Danny Sullivan (@dannysullivan) February 21, 2020
Já a Google se recusou a comentar sobre o assunto, mas Danny Sullivan, representante público da companhia, comentou em seu perfil no Twitter que “motores de busca como o Google e outros listam páginas da internet aberta. É isto que está acontecendo aqui”. Embora as partes tenham jogado a culpa uma na outra, no momento em que esta matéria foi escrita, a query em questão não retornava mais links válidos.
Fonte: The Verge, Motherboard