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Edge computing: a tendência tecnológica que pretende desafogar a nuvem

Ramon de Souza

Todo mundo ama computação na nuvem — esse foi, de longe, um dos conceitos tecnológicos mais populares ao longo dos últimos cinco anos. Porém, com o crescimento exponencial na diversidade de dispositivos inteligentes conectados à internet (como carros autônomos e sensores de cidades inteligentes), a quantidade de dados a ser transmitida, armazenada e processada em servidores cloud vai se tornar muito maior do que essa infraestrutura foi originalmente projetada para lidar.

Estamos falando de — de acordo com a Cisco — nada menos do que 50 bilhões de gadgets IoT funcionando em 2020. Esse crescimento assombroso (junto com a chegada do 5G, que vai prover mais opções de conectividade) acaba criando alguns problemas técnicos, como uma latência altíssima na transferência de informações. E é para resolver essas questões que surgiu a edge computing ou fog computing, uma tendência que deve protagonizar discussões durante o resto de 2019 e o ano que vem.

Ambos os nomes (que podem ser traduzidos como “computação de borda” e “computação em névoa”, respectivamente) referem-se ao mesmo conceito: a utilização de uma rede intermediária formada por data centers em "miniatura", localizada entre a fonte dos dados e a nuvem em si. Essa rede serviria como um filtro, realizando uma triagem entre os dados que precisam — e podem — ser processados ali mesmo, mais perto da “borda”, e o restante da informação que pode ser encaminhada ao servidor cloud.

(Reprodução: Indyxa)

Em suma, ao trabalhar com esse modelo, os dados mais críticos e que são usados com maior frequência são compilados e se mantêm próximos (tal como uma névoa nada mais é do que uma nuvem perto do chão — sacou a referência?). Já os dados que precisam ser armazenados a longo prazo são transmitidos para seu destino final, lá no topo hierárquico da arquitetura.

Por mais que o conceito de edge computing pareça complicar a vida em vez de facilitá-la, a verdade é que tal tendência pode sim superar os desafios de conectividade especialmente em aplicações que demandam alta velocidade, como carros autônomos — afinal, os sensores precisam trabalhar de forma ágil para uma condução segura. A proposta é tão sedutora que, de acordo com a Global Market Insights, o mercado de edge deve valer US$ 13 bilhões até 2024.

Obviamente, alguns pontos ainda precisam ser planejados — se por um lado a computação de borda traz enormes vantagens para qualquer infraestrutura corporativa, trazer centros de processamento para mais perto do perímetro da rede também abre brechas na segurança dos dados. São dois pesos que precisam estar bem equilibrados na balança, e é natural que passemos a ver discussões sobre tal tema ao longo dos próximos meses.


Fonte: IT Forum 365, Jornal do Comércio, EDGE 360

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