Talvez você ainda não tenha percebido, mas estamos cada vez mais cercados por microfones que têm a capacidade de nos espionar, se assim os seus fabricantes desejarem. Estamos falando de smartphones, smartwatches, smart TVs e — talvez os piores de todos — smart speakers, que estão sempre de prontidão para ouvir comandos como “Ok, Google” e “Hey, Siri”. Para alguns, tais gadgets são invenções úteis; para outros, eles simbolizam tempos sombrios e são uma grave ameaça à nossa privacidade.
Ben Zhao e Heather Zheng se enquadram nesse segundo perfil. Ambos trabalham como professores de ciências da computação na Universidade de Chicago e são os criadores de um dispositivo (ainda sem nome) que está sendo descrito como o “bracelete anti-vigilância”. É simples: estamos falando de um aparelho vestível que, ao ser acionado, emite sinais ultrassônicos capazes de interferir no funcionamento de quaisquer microfones próximos, evitando assim que alguém grave suas conversas sem sua autorização.
Os sons emitidos pelo bracelete são inaudíveis para os seres humanos, mas fatais para qualquer “smart device” e se traduzem em um ruído branco em gravações de áudio. A engenhoca em si parece ser bem simples, sendo composta por nada menos do que 24 alto-falantes para garantir que a interferência atinja microfones escondidos em todas as áreas possíveis de uma sala. Ademais, Zhao e Zheng ressaltam que o movimento natural de nossos braços apenas intensifica a capacidade anti-vigilância do invento.
Infelizmente, estamos falando de um simples conceito que possivelmente jamais será fabricado em massa; porém, os pesquisadores garantem que o bracelete seria acessível (custando menos de US$ 20 para ser produzido) e que já existem investidores interessados na ideia. Você usaria?