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EUA teriam lançado ataques cibernéticos contra o Irã

Ramon de Souza

Se você sempre achou exagero o uso do termo “guerra cibernética” para se referir a conflitos organizados no âmbito virtual, a seguinte notícia certamente vai lhe fazer mudar de ideia. De acordo com a imprensa estadunidense, os EUA lançaram ataques cibernéticos aos sistemas militares do Irã ao longo da última semana, em retaliação à destruição de um drone americano por parte das forças armadas do Teerã.

Embora as autoridades não tenham confirmado ou sequer comentado tais alegações, fontes anônimas ligadas à operação afirmaram, ao Yahoo! e ao The Washington Post, que os ataques teriam desligado sistemas que controlam o lançamento de mísseis e foguetes. Uma rede de comunicação com foco em espionagem (responsável sobretudo por vigiar embarcações) também teria sido afetada pela investida norte-americana.

O mais interessante é que os ataques teriam sido efetuados logo após a decisão do presidente Donald Trump em cancelar um bombardeio aéreo no Irã, optando por um método mais discreto de represália. Apesar disso, as fontes também ressaltam que a manobra cibernética já estava sendo planejada há muito tempo e era originalmente uma resposta aos ataques aos navios petroleiros no Golfo de Omã, no dia 13 de junho.

Cristopher Krebs, diretor de Agência de cibersegurança e Segurança de Infraestrutura dos EUA (Reprodução: Federal News Network)

No último sábado (22), Christopher Krebs, diretor de Agência de Cibersegurança e Segurança de Infraestrutura dos EUA, afirmou que “ciberatividades maliciosas” direcionadas a indústrias americanas por parte do Irã teriam sido detectadas. Krebs afirma que o país usaria táticas como phishing direcionado, credential stuffing e password spraying em esforços para tomar controle de sistemas inteiros.

Com a palavra, o Irã

Na tarde de ontem (24), o ministro de telecomunicações do Irã, Mohammad Javad Azari Jahromi, afirmou publicamente que os ataques dos EUA não tiveram sucesso em desligar seus sistemas. “Eles tentaram bastante, mas não conseguiram realizar um ataque bem-sucedido. A imprensa perguntou se a investida cibernética contra o Irã era verdadeira. No último ano, nós neutralizamos 33 milhões de ataques usando nosso firewall”, afirmou Azari Jahromi.

O ministro ainda categorizou o episódio como um ato de “terrorismo cibernético”, enquanto o porta-voz Abbas Mousavi comentou que a agressão poderia ser resolvida legalmente em cortes internacionais. “Nós não queremos aumentar as tensões [em Teerã] e suas consequências”, finaliza.


Fonte: NYT, BBC, Reuters

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