A favela da Rocinha, maior aglomeração subnormal do país, localizada na capital carioca, está sendo mapeada digitalmente e em três dimensões, com tecnologia blockchain e escaneadores 3D pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
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De acordo com o MIT Technology Review, o mapeamento digital da Rocinha pode ajudar moradores locais a se conectarem com serviços que precisam, já que as ruas na rocinha são um labirinto e bastante inacessíveis.
O projeto busca cadastrar e reproduzir digitalmente imóveis, comércios, vias, ruas e acessos à favela para otimizar o trabalho de serviços como correios, coleta de lixo, água, saneamento básico e energia elétrica.
Como explicam os pesquisadores, os serviços de entrega e correio operam na Rocinha através de um projeto conhecido como Grupo Carteiro Amigo, onde cartas e encomendas são entregues em uma central, acessível pelas empresas de logística e entrega. Depois, a própria comunidade entrega as encomendas aos seus respectivos donos. O mapeamento digital da favela pode otimizar esse processo, possibilitando que as empresas de entrega operem normalmente no local.
O projeto também busca fornecer os dados geográficos e estruturais do terreno para engenheiros e arquitetos que precisam realizar trabalhos na Rocinha. A tecnologia blockchain será utilizada para o mapeamento e projeção 3D da região.
O processo de mapeamento gera 300 mil pontos de dados a cada segundo que os equipamentos de escaneamento 3D estão ligados. O custo estimado para escanear e mapear toda a favela da Rocinha é de U$ 60 mil (R$ 317 mil).
Fábio Duarte, pesquisador do MIT e um dos responsáveis pelo projeto na Rocinha explica que, embora tenha o objetivo de facilitar a vida dos residentes da Rocinha, o mapeamento integral (e 3D) da comunidade pode gerar preocupações com relação à privacidade de dados.
"Se formos capazes de lidar com isso, os moradores da favela poderão comprar e vender propriedades com mais facilidade do que em qualquer sistema formal de registro de propriedades", escreve o pesquisador.
"Os moradores das favelas já são especialistas em gestão da informalidade - alguns mapeavam suas comunidades com papel e caneta muito antes de começarmos nosso trabalho com scanners 3D. Trabalhando ao lado deles, podemos encontrar um novo equilíbrio entre as forças de cima para baixo e de baixo para cima que moldaram as cidades desde sua origem", conclui o pesquisador.
Fonte: MIT Technology Review