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Hackers russos teriam atacado a Burisma, empresa ucraniana ligada ao impeachment de Trump

Ramon de Souza

De acordo com informações divulgadas recentemente pela firma de segurança Area 1 Security, a empresa de exploração de gás natural ucraniana Burisma, peça-chave do recente escândalo de impeachment do presidente dos EUA Donald Trump, está sendo alvo de uma complexa campanha de phishing orquestrada por hackers russos de elite. Os ataques teriam iniciado em novembro de 2019 e ainda não está claro o quão eficazes eles foram em roubar dados sensíveis da corporação.

A Burisma entrou nas manchetes internacionais após Trump ter sua presidência ameaçada por pressionar o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, no intuito de iniciar uma investigação dentro da companhia com foco em Hunter Biden. Hunter é filho de Joe Biden, um dos candidatos democratas na corrida eleitoral de 2020. O contato entre os atuais regentes dos dois países foram o estopim para o início do processo de impeachment, cujo pedido será julgado ao longo dos próximos dias pelo Senado norte-americano.

Ainda não está claro se os hackers tiveram sucesso em roubar credenciais de funcionários da Burisma (Divulgação: Area 1 Security)

Segundo a Area 1, a tática usada pelos hackers é a mesma empregada contra John Podesta, ex-presidente da campanha presidencial de Hillary Clinton em 2016, que teve seus emails vazados após também ser vítima de um phishing. Por isso, a firma ressalta que seja provável que os novos ataques também tenham partido do Fancy Bear, grupo de cibersegurança ofensiva de elite teoricamente financiado pelo governo russo. Os mesmos agentes foram responsáveis por outras campanhas contra entidades americanas.

O relatório não é específico em determinar a eficácia da investida em roubar dados sensíveis ou credenciais de funcionários da Burisma; porém, uma vez que o ataque possui clara motivação política, é possível que vejamos um vazamento de informações da companhia ao longo dos próximos dias caso os russos tenham obtido sucesso em sua campanha. Até o momento, a marca ucraniana não se pronunciou a respeito do incidente.


Fonte: Area 1 Security, Dark Reading, BBC News

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