Quem trabalha no setor de segurança da informação sabe que tal setor é um tanto, digamos, pesado. O excesso de trabalho é capaz de esgotar a saúde psicológica de qualquer um, e, quando tal esgotamento chega a níveis críticos, podemos sofrer com aquilo que é conhecido como Síndrome de Burnout. E foi exatamente este um dos principais assuntos abordados durante as sessões LeaderZone no primeiro dia do Mind The Sec 2021, a maior conferência corporativa sobre segurança da informação do continente.
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Chloé Messdaghi, que é consultora de crescimento na Stand Out In Tech, utilizou poucas palavras para definir rapidamente o que é o burnout. “Basicamente, parece que você tem zero bateria sobrando ou que você está ficando sem energia, ou que demora uma eternidade para fazer certos projetos ou tarefas”, explica. “Está tudo bem admitir que alguns de nós, neste momento, mal estamos dando conta. Não há problema nisso, pois estamos no meio de uma crise que nunca tivemos antes.”
Claro, tal síndrome pode se manifestar com uma grande variedade de sintomas. Você pode demorar mais para fazer coisas que fazia rapidamente, estender os prazos para projetos, sofrer com redução da sua criatividade, se sentir irritado(a) facilmente ou até se sentir preso(a) ou vazio(a). Não importa o quanto você durma e descanse, você continua exausto; afinal, burnout não se trata apenas de privação de sono, mas sim das consequências psicológicas de estar sobrecarregado com uma quantidade enorme de estresse.
Somos robôs ou humanos?
Para Chloé, trabalhamos em “uma indústria que nunca para” e isso pode potencializar o burnout, uma vez que isso faz com que os profissionais se sintam mais como robôs do que como seres humanos. “Em segurança da informação ou segurança cibernética, estamos sempre tentando equilibrar trabalho e vida pessoal. E o que eu quero dizer é: quando trabalhamos mais de 40 horas por semana, isso significa menos tempo em nossa vida pessoal”, aponta, ressaltando que muitos executivos do ramo trabalham “24 horas por dia”.
Parte da culpa advém do fato de que estamos tratando de um nicho relativamente jovem e de uma equivocada sensação de que segurança precisa ser algo que demande monitoramento contínuo por parte de seres humanos. A especialista ressalta que os empregadores também possuem uma grande responsabilidade nessa situação. “São eles que nos enviam mensagens a qualquer hora, são eles que nos cobram o tempo todo, que nos ligam a qualquer hora, que enviam emails a qualquer hora”, comenta.
Estatísticas exibidas por Chloé são preocupantes: 95% dos empregadores querem que seus colaboradores façam hora extra e 74% das empresas não possuem um plano de resposta a incidentes, o que cria essa sensação de necessidade de estar sempre ligado ao trabalho. É importante ter em mente que, se não tratado, o burnout pode causar consequências físicas, como tornar seu sistema imunológico mais fraco ou até mesmo servir de faísca para um derrame.
Dicas simples, mas valiosas
Para Chloé, caso realmente estejamos dispostos a mudar esse mercado a tempo, é necessário agir rápido. Os empregadores precisam se acostumar a ouvir mais e agir para garantir a saúde psicológica dos profissionais. “Por isso é importante termos um melhor trabalho em equipe e ouvir todos do time. Não é questão de cargo ou hierarquia, pois todos têm algo a contribuir, todos têm históricos diferentes e usar isso a seu favor é o que torna isso melhor”, explica.
Além disso, a especialista dá algumas dicas que podem tornar o ambiente de trabalho mais descontraído e “leve”, incluindo a definição de um dia sem reuniões (segunda ou sexta-feira, preferencialmente) e bate-papos semanais individuais com seus funcionários — 15 minutos são necessários para determinar se algum deles está demonstrando sinais de esgotamento.
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