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Renner restabelece operação mas ainda enfrenta dificuldades e nega pagamento de resgate

Guilherme Petry

As Lojas Renner, uma das maiores redes de comércio de roupas do Brasil, restabeleceu seus sistemas após um ataque de ransomware revelado com exclusividade pela The Hack, na quinta-feira (19). No entanto, ainda enfrenta dificuldades como a grande espera pela resposta do sistema no momento da venda.

A redação da The Hack foi a uma loja da Renner em um shopping no domingo (22) e percebeu que a longa fila para o pagamento era causada pela lentidão dos sistemas, o que é completamente normal em um cenário de restabelecimento dos serviços após uma infecção por ransomware.

Após a revelação do ataque pela The Hack, o Tecmundo publicou que haviam indícios de que o grupo cibercriminoso RansomEXX (também conhecido como Defray777) seria o responsável. Uma fonte ouvida pelo Tecmundo disse que os servidores da empresa em Porto Alegre (RS), onde fica a sede da empresa além de outros servidores operados pela TIVIT em São Paulo teriam sido comprometidos.

Em um comunicado à imprensa, a TIVIT negou ter sofrido qualquer ataque e que o ataque à Renner não afetou nenhum servidor de seus clientes. "A TIVIT informa que seus milhares de clientes estão com todos os ambientes operando normalmente e sem nenhum impacto. Informa ainda que a companhia não sofreu nenhum ataque em seus data centers nem em suas redes corporativas e tampouco em seus servidores", disse um porta-voz da empresa.

Interior da sede administrativa da empresa, em Porto Alegre (RS). Foto: Renner.
Interior da sede administrativa da empresa, em Porto Alegre (RS). Foto: Renner.

Procon-SP cobra respostas

Seguindo o procedimento indicado para empresas de capital aberto, a empresa comunicou o mercado do ataque cibernético logo após sua revelação pela The Hack. No entanto, na sexta-feira (20) o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP) enviou um pedido de mais informações às Lojas Renner.

De acordo com o Convergência Digital, o órgão quer que a empresa "esclareça sobre o processo de criptografia utilizado na coleta, tratamento e armazenamento de dados de clientes e sobre a presença de um Encarregado de Dados, previsto pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)". A Renner tem até o dia 25 de agosto para responder ao pedido do Procon-SP.

Renner nega pagamento do resgate

Segundo o Cointimes, fontes não oficiais disseram que a empresa pegou U$ 20 milhões (R$ 107 milhões) após uma negociação do valor de resgate, que teria começado em U$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões). A Renner, no entanto, nega que tenha pago um resgate.

Embora tenha negado o pagamento, a empresa ainda não se posicionou sobre como restabeleceu sua operação. Este é um caso em andamento e a The Hack continua o investigando.


Fontes: The Hack; Tecmundo, Convergência Digital, Cointimes.

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