Read, hack, repeat

Sim, já tem gente vendendo (e gente comprando!) vacina falsa da COVID-19 pela internet

Ramon de Souza

No finalzinho de 2020, Jürgen Stock, secretário-geral da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), emitiu um alerta deixando bem claro que o crime organizado agiria ao longo de 2021 se infiltrando na cadeia de suprimentos, contrabandeando e até mesmo comercializando versões falsificadas de vacinas criadas para combater o novo coronavírus (SARS-CoV2). Quem duvidou de Stock está mordendo a própria língua.

Aqui mesmo no Brasil, veja só, já existem golpistas se aproveitando do desespero generalizado (e do conflito de informações propagadas por meios extraoficiais) para vender falsas doses do CoronaVac, imunizante produzido pela gigante chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. O golpe estava sendo aplicado em um site malicioso batizado simplesmente como Farmácia 24 Horas.

Com design simples e nenhum outro medicamento à venda — sinais de alerta o suficiente para deixar qualquer pessoa com uma pulga atrás da orelha —, a loja virtual ofertava um kit com dez doses da vacina pela bagatela de R$ 98, com frete grátis para todo o Brasil e entrega garantida em até cinco dias úteis. Para tentar passar um tiquinho de confiança, os estelionatários apontavam um endereço físico na Vila Olímpia, na capital paulista.

É óbvio que a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (PROCON-SP) foi lá bater no endereço citado e encontraram… Nada. A loja física não existia e sequer estava registrada no luxuoso complexo corporativo que afirmava estar. É impossível saber quantas pessoas já caíram no golpe e, até o momento em que esta matéria foi escrita, o site infelizmente permanecia no ar.

“As pessoas, diante da grave situação que estamos vivendo, adquirem essas vacinas que, obviamente, não serão entregues. Trata-se de um golpe, de uma empresa que não existe, que abusa do medo e insegurança dos cidadãos. Isso é crime e o Procon-SP vai atuar junto com a Polícia Civil”, afirmou Fernando Capez, diretor executivo do instituto.


Fonte: PROCON-SP

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