Mark Zuckerberg acordou com aproximadamente US$ 7,2 bilhões a menos em sua conta bancária no último sábado (27) depois que uma série de multinacionais aderiram à campanha Stop Hate for Profit, que pede para as grandes marcas não comprarem anúncios no Facebook ao longo do mês de julho. O boicote foi iniciado por ativistas incomodados com o fato de que a rede social dá espaço para discursos de ódio e conteúdos extremistas, incluindo artigos de veículos publicamente ligados a movimentos de supremacia branca.
De acordo com o Bloomberg, as ações da rede social já haviam caído 8,3% na última sexta-feira (26) depois que a Unilever, dona de marcas como Dove, Axe, Hellmann’s e Omo, também resolveu aderir à campanha. Isso causou uma desvalorização de US$ 56 bilhões no valor de mercado do Facebook e afetou também o patrimônio estimado de seu CEO, que caiu no ranking dos executivos mais ricos do mundo (dando lugar para Bernard Arnault, atual presidente da grife Louis Vuitton).
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No total, pelo menos 180 empresas já aderiram ao Stop Hate for Profit. Grandes nomes incluem Coca-Cola, PepsiCo., Starbucks, Honda, Verizon, Hershey Co., Ben & Jerry’s e Levi’s e Viber — a lista completa e atualizada em tempo real pode ser conferida neste link.
E aí, tio Zuck?
Em resposta, Mark Zuckerberg anunciou que vai implementar um sistema de “etiquetas” na rede social, marcando postagens que possam ser consideradas tóxicas mas que continuam sendo “jornalisticamente relevantes”. De acordo com ele, em “algumas raras vezes por ano”, a plataforma permite a permanência de conteúdos que violariam suas políticas, “considerando que seu valor para o interesse público supera o risco” daquela publicação.
“Da mesma forma que as agências de notícias costumam relatar o que um político diz, achamos importante que as pessoas também possam ver por si mesmas em nossas plataformas também”, afirmou o executivo. “Não haverá exceções para nenhum político em nenhuma das novas políticas anunciadas hoje”, promete.
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Não é de hoje que o Facebook vem sendo criticado pela forma como lida com postagens tóxicas e conteúdos extremistas — ativistas do mundo inteiro começaram a pressionar a rede social principalmente depois que o Twitter decidiu esconder publicações do presidente Donald Trump que estariam “glorificando a violência”, em maio deste ano. Para a plataforma do passarinho azul, por mais que tais mensagens possam ser de interesse público, elas violam as políticas de segurança da rede e por isso tiveram seu alcance controlado.
Fonte: Bloomberg, Stop Hate for Profit, NPR, Reuters, BBC