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Fornecedora de proxy israelense é acusada de facilitar ataque de DDoS contra organização de direitos humanos

Guilherme Petry

Uma organização sueca de direitos digitais, que monitora ataques digitais contra representantes dos direitos humanos, a Qurium, está acusando a Bright Data (antiga Luminati Networks), uma fornecedora israelense de serviços de internet, proxys e dados, de ser uma das facilitadoras de um ataque de negação de serviço (DDoS) massivo contra uma organização não governamental de luta por direitos humanos das Filipinas, chamada Karapatan.

Após a publicação de um estudo da Qurium que liga a Bright Data ao ataque, a empresa revelou à imprensa que não reconhece a denúncia e que não está envolvida no caso. No entanto, a Qurium encontrou evidências que proxys fornecidos pela Bright Data foram utilizados no ataque, que durou 25 dias e partiu de 30 mil endereços de IP diferentes.

A Qurium analisa essa situação desde janeiro de 2019, quando descobriu que um site de notícias independente, o Bulatlat, estava sofrendo ataques cibernéticos por parte do governo Filipino, chefiado pelo presidente Rodrigo Duterte, conhecido por suas práticas violentas, que ferem os direitos humanos, contra a população que protesta ou representa uma oposição ao governo.

Registros de comunicados à imprensa publicados pela Qurium, indica que o grupo acompanha o caso desde janeiro de 2019. Foto: The Hack.
Registros de comunicados à imprensa publicados pela Qurium, indica que o grupo acompanha o caso desde janeiro de 2019. Foto: The Hack.

Já em julho de deste ano, o grupo identificou que o Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército das Filipinas estava organizando ataques de DDoS contra representantes da imprensa local, que estavam criticando o governo Filipino por desrespeitar direitos humanos e pela morte de um membro da Karapatan.

A análise da Qurium indica que a Bright Data ajudou na missão do governo filipino de derrubar os sites da Karapatan e dos sites que estavam criticando o governo, fornecendo servidores utilizados e proxys e outros serviços.

O fato chama atenção, já que Israel é conhecida por suas empresas que não se preocupam em fornecer serviços para governos autoritários ou para qualquer outro interessado, sem avaliarem se esses serviços serão oferecidos por representantes mal intesionados.

Como é o caso da NSO Group, desenvolvedora do software de espionagem Pegasus, descoberto sendo utilizado por governos autoritários contra jornalistas, ativistas e políticos da oposição (inclusive contra amigos e familiares desses indivíduos) de diversos países diferentes.


Fonte: Qurium.

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