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HAECHI-II: Interpol prende mais de 1000 cibercriminosos em operação envolvendo 22 países

Guilherme Petry

Uma operação da Interpol capturou 1003 indivíduos, acusados de conseguir U$ 27 milhões (R$ 151 milhões) ilegalmente, através de complexas campanhas cibercriminosas, que afetaram residentes de mais de 20 países diferentes.

De acordo com a Interpol, a operação, chamada HAECHI-II, é uma ação conjunta das polícias de Macau, Hong Kong, Angola, Brunei, Camboja, Colômbia, China, Índia, Indonésia, Irlanda, Japão, Coreia do Sul, Laos, Malásia, Maldivas, Filipinas, Romênia, Cingapura, Eslovênia, Espanha, Tailândia e Vietnã.

Os golpes aplicados pelos capturados envolviam fraude romântica em aplicativos de encontros, fraude de jogos de azar online, lavagem de dinheiro e até uma campanha que disseminou um aplicativo falso da série Round 6 (Squid Game), da Netflix.

Além dos 1003 indivíduos capturados, durante os quatro meses de operação, a Interpol identificou 10 novas estratégias de fraude, bloqueou 2350 contas bancárias ligadas às campanhas criminosas e publicou mais de 50 comunicados às polícias locais.

O policial alemão, secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, explica que a pandemia da COVID-19 não freou os cibercriminosos. Pelo contrário, "os resultados da HAECHI-II mostram um aumento do crime financeiro online".

"Somente por meio desse nível de cooperação e coordenação global a aplicação da lei nacional pode combater efetivamente o que é uma epidemia do crime cibernético", disse Stock, em um comunicado à imprensa, publicado nesta segunda-feira (29).

Squid Game (Round 6) do crime cibernético

Uma campanha interceptada pela operação HAECHI-II, na Colômbia, identificou cibercriminosos compartilhando um aplicativo falso sobre a série sul-coreana, Round 6 (Squid Game) da Netflix, que na realidade, fornecia acesso remoto, dados e controle do dispositivo infectado aos cibercriminosos. Também na Colômbia, uma fabricante de tecidos perdeu mais de U$ 8 milhões (R$ 44 milhões) após ser vítima de uma campanha de phishing por email.

"Os perpetradores se fizeram passar pelo representante legal da empresa, ordenando a transferência de mais de U$ 16 milhões [R$ 89 milhões] para duas contas em bancos chineses. Metade do dinheiro foi transferido antes que a empresa descobrisse a fraude e alertasse as autoridades judiciais colombianas, que por sua vez entraram em contato com a unidade de crimes financeiros da INTERPOL por meio de seu Escritório Central Nacional (NCB) em Bogotá", revelou a corporação.

Em outro caso, na Eslovênia, os cibercriminosos transferiram mais de U$ 800 mil (R$ 4,4 mil) para contas em bancos na China. Segundo a corporação, nesse caso, todos os fundos furtados foram recuperados.

“Os golpes online, como os que usam aplicativos maliciosos, evoluem tão rapidamente quanto as tendências culturais que exploram de forma oportunista. O compartilhamento de informações sobre ameaças emergentes é vital para a capacidade da polícia de proteger as vítimas de crimes financeiros online. Também permite que a polícia saiba que nenhum país está sozinho nesta luta. A Operação HAECHI-II mostra que podemos contra-atacar com sucesso contra essa ameaça quando agimos juntos", concluiu o diretor de redes criminais da Interpol, José de Gracia.

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