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YouTube proíbe vídeos de hacking e exclui material “white hat” sem querer

Ramon de Souza

O YouTube acaba de se envolver em uma grande polêmica com a comunidade internacional de segurança da informação. A plataforma passou — em uma data desconhecida — a proibir a publicação de vídeos “instrucionais sobre hacking e phishing”, ou seja, que “mostrem aos usuários como transpor sistemas computadorizados seguros ou roubar credenciais de usuários e dados pessoais”.

Parece uma ideia fascinante, se não fosse por um único detalhe: a ineficiência de seus algoritmos. O serviço parece incapaz de diferenciar vídeos realmente maliciosos de materiais puramente científicos, desenvolvidos para quem deseja estudar segurança da informação para fins profissionais. Afinal, técnicas de hacking podem ser usadas ilegalmente, mas por si só, não necessariamente práticas ilegais.

A discussão a respeito do assunto surgiu a partir do momento em que o YouTube baniu um vídeo inofensivo projetado por Kody Kinzie, cofundador da Hacker Interchange. A empresa possui um canal batizado de Cyber Weapons Lab, que, apesar do nome ameaçador, publica conteúdos educacionais sobre segurança de computadores para iniciantes. “Nosso conteúdo está sendo sinalizado e removido, recebemos um strike também”, afirmou Kody.

Procurado pelo The Verge, um porta-voz do YouTube confirmou que os vídeos foram banidos por engano e que a plataforma já está recuperando os conteúdos apagados. “Com o volume massivo de vídeo em nosso site, às vezes tomamos uma decisão errada”, explicou o executivo, ressaltando ainda que a equipe de moderação está treinada para agir rapidamente caso um internauta recorra de uma decisão equivocada.

Ainda assim, a postura é preocupante, especialmente levando em conta as dores de cabeça que essas exclusões automáticas podem causar até que o serviço perceba que fez a coisa errada. Vale a pena continuar observando como os algoritmos do YouTube serão ajustados para evitar esse tipo de situação.

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Fonte: The Verge

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