Quem tem medo de voar costuma recitar um mantra para si mesmo ao adentrar em um avião, convencendo-se de que aquele veículo gigantesco emprega tecnologias de ponta em todos os seus setores possíveis para garantir o máximo de segurança. Isso é, em sua maior parte, uma verdade — porém, saiba que algumas aeronaves ainda utilizam os bons e velhos disquetes para receber atualizações críticas de navegação aérea.
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O grupo de pesquisadores Pen Test Partners teve a chance de estudar um Boeing 747-400 (lançado em 1988, mas ainda em uso por várias companhias ao redor do mundo) que foi aposentado da frota da British Airways. Além de fazer um tour por áreas do avião cujo acesso costuma ser extremamente restrito, eles foram capazes de descobrir uma particularidade bem interessante sobre os sistemas de navegação do modelo.
Basicamente, uma vez por mês, um engenheiro precisa visitar a sala de controle e carregar um update dividido em oito disquetes de 3,5 polegadas (cada um com 1,44 MB de espaço para armazenamento), contendo atualizações em mapas aéreos, rotas de voo, informações sobre aeroportos e outros dados cruciais que serão usados pelos pilotos.
Obviamente, isso não significa que os sistemas são menos seguros — muito pelo contrário. Modelos mais modernos, como os 777X e os 787, utilizam conexão de fibra óptica para criar redes entre os diferentes hardwares da aeronave, além de receber tais atualizações de forma “over-the-air” (OTA).
Contudo, a adoção dessas tecnologias mais recentes abre discussões sobre a possibilidade de realizar invasões cibernéticas para corromper sistemas críticos da aeronave. Vale lembrar, aliás, que a Boeing teve que paralisar a produção do novo 737 MAX depois que falhas de software causaram acidentes fatais.
Fonte: Aerospace Village